Preview | The Hundred Line -Last Defense Academy-
Desenvolvedora: TooKyo Games, Media.Vision
Publicadora: XSEED Games, Aniplex
Gênero: RPG estratégico narrativo
Data de Lançamento: 24 de abril, 2025
Preview feito no Nintendo Switch com cópia fornecida gentilmente pela XSEED Games.
Revisão: Manuela Feitosa
Devo deixar claro de início que esse é provavelmente o jogo mais esperado do ano para mim, sendo a essa altura o redator oficial do NintendoBoy para Danganronpa e seus sucessores espirituais, mal consigo enquanto escrevo conter minha empolgação em trazer pra vocês em primeira mão minhas impressões dessa beleza.
The Hundred Line -Last Defense Academy- é um RPG de estratégia que gira em torno de um grupo de alunos que deve lutar para proteger o futuro da humanidade como raça e o futuro das pessoas amadas para cada um deles. Tendo uma ambientação escolar pra lá de diferente do que seria esperado em qualquer outra situação, e um cast de personagens que esbanjam personalidade, vamos entender juntos do que se trata essa promissora jornada.
Lembrando que esse preview vai cobrir até o dia 29 dentro do game, e que evitaremos spoilers mais objetivos, mas falaremos sobre a vibe do jogo e o que ele promete.
Expandindo para novos horizontes e trazendo o melhor de seus irmãos mais velhos
É impossível, mas reducionista, não pensar em Danganronpa e Master Detective Archives: RAIN CODE, quanto olhamos para The Hundred Line -Last Defense Academy-, por isso para os veteranos quero tirar isso logo da frente.
Para mim até agora, o jogo é mais um sucessor espiritual de Danganronpa do que o Rain Code foi; ele conseguiu trazer de volta aquela energia paranoica e antagônica que as relações dos nossos personagens favoritos da franquia sempre trouxeram. O jogo usa isso para brincar com as expectativas do jogador, e mais uma vez conversa em um nível bastante pessoal com seu público alvo.

Isso dito, novatos são extremamente bem vindos, pois o jogo opera em sua própria lógica e está longe de ser difícil de entender em embarcar — pelo contrário, eu sempre considerei a maior barreira de entrada sua demora para pegar o ritmo com seu capítulo de prólogo, e aqui considero que vamos direto a ação mais rapidamente.
E falando nela…
A luta do dia a dia
The Hundred Line -Last Defense Academy- tem um sistema de combate de JRPG Tático, o famoso “Tatics” que funciona de uma maneira muito interessante. Com opções para cada personagem sendo um pouco mais limitantes e ficando cada vez mais densas, os combates nesse jogo são mais puzzles do que combates no que eu sinto.
Os personagens tem ataques básicos de formatos variáveis, e devem proteger uma torre na maioria dos combates. Ao derrotar inimigos maiores você ganha mais ações no seu turno, mas esses inimigos normalmente vão necessitar de mais de um ataque para cair, enquanto inimigos menores costumam morrer em apenas um ataque mas atacam sua torre se você os ignorar.

Em essência, o combate pede para que você organize os personagens com ataques de diferentes alcances e potências para capitalizar em cima das ações extras e limpar uma grande horda de inimigos no mínimo de tempo e mínimo de dano na torre possível. Na maioria dos combates, o jogo autoposiciona e seleciona os personagens que vão entrar em combate, e a sensação é mais de que você tem que descobrir qual a melhor maneira de aproveitar isso do que de que você deve criar a própria estratégia. E isso fica bem evidente em alguns combates mais simples, mas com o aumento da complexidade vai sendo muito bem aproveitado, gerando puzzles muito interessantes.
No geral, é um formato bastante interessante e refrescante do que estamos mais acostumados, e ainda oferece sim certo grau de liberdade ao jogador, mas caso você seja como eu, que entra em um combate buscando otimizar desde o começo e fica cansado com jogos que te fazem spammar um botão até lentamente aumentar o escopo, esse jogo sempre vai valorizar seu pensamento.
Estudantes excêntricos
Uma das características mais importantes desse jogo é seu elenco excêntrico e divertido, já que apesar das constantes batalhas da academia para defender o mundo, a maior parte do conflito é entre os personagens.
A tensão de grupo nesse jogo é primorosa, jamais imaginei que eles conseguiriam manter a bola tão alta, no Danganronpa era “Fácil” já que o jogo de morte deixava as relações naturalmente paranoicas e psicóticas, mas aqui é tudo resultado de uma escrita primorosa e de um cast para lá de interessante. Embora você gostar desses personagens vá ser bastante importante para seu divertimento com o jogo, acho praticamente impossível não ter apego a nenhum deles, já que temos um cast diverso e interessante em mais de um sentido.

Claro, eles como sempre são amálgamas da degeneração social, e exagerados em sua própria essência, mas não entre no açougue se não quer ver carne, a essência de como esses personagens são criados e escritos continua a mesma e se você já não gosta das entradas anteriores seja pelo choque ou pelo conservadorismo, sugiro que passe longe dessa aqui também.
Sejam bem-vindos à última linha de defesa!
O jogo se apresenta com uma mobilidade 2D nos corredores, um visão em primeira pessoa point n click dentro os ambientes e a visão de Grid para as batalhas, tudo muito bem integrado na sua direção de arte e estética.

As músicas dessa vez estão um pouco mais animadas para combinar com o fluxo de ação dessa aventura, mas sem abandonar a energia de mistério que essa família de jogos tem em tudo que permeia. Os designs de personagens continuam no ponto certo, e suas personalidades que podem parecer unidimensionais vão ficando mais bem trabalhadas ao decorrer da experiência.
Por fim, e mais importante, a história contada até o dia 29 apenas me surpreendeu de diversas formas. O jogo sempre toma curvas inesperadas aqui e ali, mas vai se desenhando por linhas muito tortas um cenário que pode ir entre o otimista e o trágico e aí é que está a magia dessa aventura. O mistério é tão denso e cheio de pontas que até agora eu ainda não consegui sintetizar completamente o tipo de história que está sendo contada, continuo na ponta do pé a cada esquina e sigo exausto de pensar nos próximos passos do jeito mais delicioso possível.
Sendo eu, compraria o jogo no lançamento sem sombra de dúvida e acho que ele vale completamente a pena, principalmente pela atitude tão respeitosa de localizar o preço em uma época que estamos bastante pessimistas com o futuro do preço dos jogos em território nacional.
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